ATA DA TRIGÉSIMA SÉTIMA
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA
LEGISLATURA, EM 08-12-2009.
Aos oito dias do mês de
dezembro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e
trinta minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Alceu
Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul,
Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, João
Pancinha, Luciano Marcantônio, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Valter Nagelstein.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos
e iniciada a ORDEM DO DIA. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores
Airto Ferronato, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Elias Vidal, João Antonio Dib,
Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Sofia
Cavedon e Waldir Canal. A seguir, a vereadora Maria Celeste formulou
Requerimento verbal, deferido pelo senhor Presidente, solicitando manifestação
da Comissão de Constituição e Justiça acerca de Parecer da Procuradoria desta
Casa sobre o Requerimento nº 152/09 (Processo nº 5778/09), tendo o senhor
Presidente determinado a alteração da priorização para a Ordem do Dia da
presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Executivo nº 045/09, após ser discutido pelos vereadores Aldacir José Oliboni,
Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol, Dr. Raul, Carlos Todeschini e João Antonio Dib.
Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Alceu
Brasinha, solicitando alteração na priorização para a Ordem do Dia da presente
Sessão. Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados o Projeto de Lei do
Executivo nº 043/08 e as Emendas e Subemendas apostas, após serem discutidos
pelos vereadores Beto Moesch, Carlos Todeschini, João Antonio Dib, Fernanda
Melchionna, Sofia Cavedon e Toni Proença. Durante a apreciação do Projeto de
Lei do Executivo nº 043/08, o vereador Dr. Raul cedeu seu tempo de discussão ao
vereador Beto Moesch. Na oportunidade, foi apregoada a Subemenda nº 01, de
autoria do vereador Valter Nagelstein, Líder do Governo, à Emenda nº 07, aposta
ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/08 (Processo nº 5503/08). Também, foi
aprovado Requerimento de autoria do vereador Valter Nagelstein, solicitando que
a Subemenda nº 01 à Emenda nº 07, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº
043/08, fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda,
foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Beto Moesch, deferido pelo
senhor Presidente, solicitando votação em destaque para as Emendas nos
03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10 e 11, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº
043/08. Às dezesseis horas e cinquenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às dezessete horas e três minutos, constatada a
existência de quórum. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador
Beto Moesch, deferido pelo senhor Presidente, solicitando a retirada do destaque
para a votação das Emendas nos 03, 04, 06, 08 e 11, apostas ao
Projeto de Lei do Executivo nº 043/08. Às dezessete horas e quatro minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e
seis minutos, constatada a existência de quórum. Foi votada destacadamente e
aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/08. Foi
aprovada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo
nº 043/08. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 02, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 043/08. Foi votada destacadamente e aprovada a
Emenda nº 05, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/08, após ser
encaminhada à votação pelo vereador Beto Moesch. Foi votada destacadamente e
aprovada a Emenda nº 07, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/08. Foi
aprovada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 07, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 043/08. Foram votadas destacadamente e rejeitadas as Emendas nos
09 e 10, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/08. Foi votada
destacadamente e aprovada a Emenda nº 13, aposta ao Projeto de Lei do Executivo
nº 043/08. Na ocasião, o senhor Presidente declarou prejudicada a Emenda nº 04,
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/08, em face da aprovação da Emenda
nº 13. Foi rejeitada a Emenda nº 06, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº
043/08. Foram aprovadas as Emendas nos 08 e 11, apostas ao Projeto
de Lei do Executivo nº 043/08. Na oportunidade, o senhor Presidente declarou
prejudicada a Emenda nº 12, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/08, em
face da aprovação da Emenda nº 11. Foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo
nº 043/08. Às dezessete horas e dezessete minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e vinte e um
minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, foi apregoada a
Emenda nº 01, de autoria do vereador Valter Nagelstein, Líder do Governo, ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/09 (Processo nº 1020/09).
Também, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Valter Nagelstein, solicitando
que a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
006/09, fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em
Votação, foram aprovados a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 006/09, e o Projeto original. Na ocasião, o senhor Presidente
prestou esclarecimentos acerca da votação da Emenda nº 03, aposta ao Projeto de
Lei do Executivo nº 043/08, tendo-se manifestado a respeito o vereador Beto
Moesch. Foi rejeitada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº
043/08. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 063/09. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do
Executivo nº 034/09, o qual, após ser discutido pelos vereadores Carlos
Todeschini e Aldacir José Oliboni e pela vereadora Maria Celeste, teve sua
discussão suspensa, em face da inexistência de quórum. Na ocasião, foram apregoados
os seguintes Requerimentos, subscritos nos termos do artigo 120, inciso VI, do
Regimento, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando votação em destaque
para Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/09: de autoria da
vereadora Maria Celeste, com referência às Emendas nos 03, 04, 06,
09, 11, 19, 24, 27, 28, 29, 36, 37, 40, 41, 54 e 56; de autoria do vereador
Airto Ferronato, com referência à Emenda nº 22; e de autoria do vereador Elias
Vidal, com referência à Emenda nº 01. Às dezessete horas e quarenta e cinco
minutos, constatada a inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para Sessão
Extraordinária a ser realizada no dia de amanhã, às dez horas. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Sebastião Melo e Toni Proença e secretariados pelo vereador Nelcir Tessaro. Do
que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata,
que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo
único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido os senhores para uma rápida
conversa sobre os trabalhos de hoje.
Registro
a presença da Verª Maria Celeste.
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr. Presidente, eu quero encaminhar a V.
Exª um Requerimento com o seguinte teor (Lê.): “A Vereadora que subscreve,
tomou conhecimento em Plenário do Parecer da Procuradoria, exarado nos autos do
Requerimento, objeto do Requerimento nº 152/09, opinando no sentido de que a
Comissão Externa, disciplinada pelo art. 78 do Regimento, não tem função de
fiscalização e investigação. No entanto, o disposto no § 6º do art. 58 do
Regimento, estabelece o prazo de 60 dias para o funcionamento da Comissão
Externa, aspecto que autoriza o entendimento de que a Comissão Externa possa
ter atribuições para além da mera representação desta Casa. Assim, diante da
contradição entre os dois dispositivos, eu solicito que seja ouvida a CCJ para
o esclarecimento da questão, antes da apreciação, em plenário, da proposição
citada”.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu recebo o Requerimento, Verª Maria
Celeste, e peço alguns minutos para poder fazer o despacho. Então vamos colocar
outras votações na frente, e volto ao despacho em seguida. Durante a Sessão,
farei o despacho da decisão do Requerimento da Verª Maria Celeste. Seu
Requerimento, que seria o primeiro, não será mais o primeiro, e ficará para o
final desta lista, ou não, dependendo do despacho da Presidência.
Solicito
que os Projetos que estão em votação, Dr. Luiz Afonso, que fiquem aqui na Mesa
à disposição dos Srs. Vereadores.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 5614/09 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 045/09, que autoriza o Executivo Municipal a abrir Crédito
Especial no valor de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais).
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relator-Geral Ver. Dr.Thiago Duarte: pela aprovação do
projeto.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 045/09. (Pausa.) O
Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLE nº 045/09.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebastião Melo;
colegas Vereadores, Vereadoras, público que aqui acompanha a Sessão no dia de
hoje e pelo Canal 16, este Projeto de Lei do Executivo, destinando 900 mil
reais, Verª Sofia, para pagar o Instituto de Cardiologia, para lembrar aos
nobres Vereadores, e acho que é de
extrema importância a atenção dos Vereadores, porque recentemente o Governo
Municipal mudou de instituição para administrar o Programa de Saúde da Família
em Porto Alegre, Ver. Dr. Raul. É claro, é evidente que nessa transação, nessa
negociação, possivelmente o Governo Municipal está se comprometendo com o
Instituto de Cardiologia com esse valor de 900 mil reais. Só que nós,
Vereadores, não sabemos o detalhamento do Projeto, do contrato feito pelo
Governo Municipal com o Instituto de Cardiologia.
Havia,
anteriormente a essa contratação, Ver. Todeschini, uma informação e uma
solicitação, inclusive do Conselho Municipal de Saúde e da Comissão de Saúde de
Meio Ambiente, que o Contrato que gerou essa contratação da nova instituição,
pudesse ser remetida aqui para a Comissão de Saúde, como também para o Conselho
Municipal de Saúde. Apesar de não ter exatamente acontecido isso, eu acho de
extrema importância, sim, que, ao aprovarmos esses 900 mil reais para garantir
o pagamento a essa Instituição, a Comissão de Saúde do Meio Ambiente poderia,
Ver. Todeschini, cabe aqui uma sugestão, chamar o Instituto de Cardiologia para
dizer quais foram as formalidades do contrato, quais são as cláusulas e o
compromisso que esse Instituto tem com o Município de Porto Alegre, até porque
nós já aprovamos nesta Casa várias solicitações, e algumas delas foram de
iniciativa do Governo, de aumentar as equipes de PSF em Porto Alegre. Nós não
sabemos qual vai ser o compromisso dessa Instituição, e como serão os critérios
estabelecidos no contrato para a ampliação dessas equipes. Se serão feitas
através de provas seletivas, se feitas através de provas simplesmente
direcionadas, como nós estamos ouvindo, como hoje está acontecendo,
simplesmente convocando alguns cidadãos profissionais da área da saúde, sem
fazer a prova seletiva, Ver. Dr. Raul? Isso não poderia, embora fosse no regime
celetista, nós teríamos que ter no mínimo uma prova seletiva.
Então,
eu acredito que a ideia inicial de nós aprovarmos essa suplementação é boa - é
evidente, é final de ano, sabemos do enorme compromisso para garantir o programa
-, mas creio que há, sim, um dever, um compromisso, tanto do Instituto de
Cardiologia - a nova empresa - ou da OSCIP que foi contratada -, como também do
Governo Municipal, em dar um esclarecimento para a sociedade porto-alegrense,
como também para a Câmara Municipal, quais foram, exatamente, as cláusulas, ou
qual é o contrato estabelecido com esse novo Instituto, no intuito de garantir
o Programa.
Todos
nós sabemos que nós queremos, sim, ampliar esse Programa, dar condições de
trabalho para os cidadãos, profissionais da área da Saúde, mas, mais do que
isso, que esse Programa aumente as equipes de PSFs, tenha uma projeção
significativa nesses anos que ainda restam para o Governo Fogaça, e que tenha
um compromisso claro de que forma serão ampliadas as equipes, para que não
entre alguém pela porta de trás, mas, sim, entre pela porta da frente, por
concurso público, ou por prova seletiva, feita com transparência para a
sociedade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir o PLE nº 045/09.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós
aprovaremos 900 mil reais para uma nova contratação de funcionários para as
equipes do Programa Saúde da Família, ou melhor, da estratégia Saúde da
Família. Desta vez, contratados via Instituto de Cardiologia.
Eu
lembro de dois anos atrás, quando em julho ou agosto, vivíamos a grande crise
da contratação da Sollus, que não sei quantos milhões recebeu, não temos este
valor ainda, mas sabemos que ela desviou, utilizou indevidamente cinco milhões
de reais, pelo menos, cinco milhões de reais! E esta informação é a informação
da Prefeitura, do Procurador-Geral, o Dr. João, que disse que a fraude pode
chegar, que o desvio pode chegar a cinco milhões de reais! A Prefeitura de
Porto Alegre decidiu quase do mesmo jeito como decidiu agora: fazer uma
contratação por convênio, sem escutar o Conselho Municipal de Saúde, sem
escutar os trabalhadores, que questionavam a idoneidade dessa Empresa Sollus, a
inexistência sequer de escritório dessa empresa em Porto Alegre; a Prefeitura
insistiu, garantiu que ela era idônea, que ela prestaria o serviço, que ela
melhoraria o serviço de atenção básica em Porto Alegre. Lembro muito bem disso.
Lembro das mobilizações, lembro da indignação de muitos; e desde lá, muitas
queixas foram encaminhadas a nós de demissão de funcionários, de perseguição,
de posturas não republicanas dessa instituição, que recebeu milhões, Ver.
Oliboni. E sobre esses cinco milhões ninguém foi responsabilizado ainda, Ver.
Dib. O Ver. Dib que é tão contundente com o patrimônio municipal, cinco milhões
não tem responsável, hoje, ainda. Quem pagou indevidamente? Quem responde por
cinco milhões desviados da Saúde? Cinco milhões de notas fraudadas, de uma
OSCIP bancada pelo Sr. Secretário, Secretário de Gestão, Procuradora-Geral, na
época, Dra. Mercedes, e, aí, está. Nós, de novo, vamos para uma situação de
contratação.
Quero
dizer que o Instituto de Cardiologia tem outra seriedade, é daqui de Porto
Alegre, tem um trabalho sério...
(Aparte
antirregimental do Ver. Nilo Santos.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Agora, Ver. Nilo, não é assim que se
trata o patrimônio público. Cinco milhões de reais na Saúde, tem processo no
Ministério Público Federal. Sei que houve sindicância na Secretaria de Saúde, e
nós não sabemos quem a sindicância responsabilizou; não tem responsável por
esse pagamento? A sindicância chegou a uma conclusão, Ver. Dib, que eu acho que
me informa?
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Nobre Vereadora Sofia Cavedon, eu estou aqui examinando; penso eu
que a Casa toda esteja examinando um Projeto Autorizativo do Executivo para o
Cardiologia de um crédito de 900 mil reais. Eu não sei onde entram os cinco
milhões.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Dib, eu admiro a sua inteligência.
Mas 900, mais 900, mais 900, mais 900, poderão chegar a cinco milhões, se não
houver um controle social. (Palmas.) Obrigada! Esta é uma resposta à altura da
pertinência da sua pergunta, Ver. Dib; à altura da pertinência! Então, eu
chamo, aqui, a atenção de que não tem explicação ainda da Prefeitura de Porto
Alegre o que resultou a sindicância na Saúde sobre o desvio de cinco milhões
que a Sollus fez - pelo menos cinco milhões -, porque a Prefeitura está muito
bem, se convenceu, dois anos depois, que não podia renovar com a Sollus. Agora,
tem responsabilidade por quem fez o convênio, quem pagou, porque este pagamento
era feito em dia, adiantado, porque a Sollus não tinha dinheiro de caixa,
chegava o dinheiro na hora para ela pagar os funcionários. Ou seja, foi muito
grave. Foi muito grave, tem um ato administrativo ali que precisa de
responsáveis, porque nós precisamos recuperar esses recursos, nós não
esqueceremos; são cinco milhões que se deve ao povo brasileiro, porque é
recurso Federal, e esse dinheiro tem que ser recuperado. Aprovaremos para o
Instituto de Cardiologia, mas queremos votar o Projeto, aqui, para terminar com
essas possibilidades de desvio, como foi o exemplo da Sollus.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir o PLE nº 045/09.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores; Dr. Dib, há trinta e tantos anos, quando cheguei à
Câmara de Vereadores - V. Exª deve se lembrar -, nós tínhamos uma série de
integrantes da oposição que eram muito vigorosos, que vinham à tribuna e
contestavam inclusive aumento salarial. Discursavam contra os aumentos salariais,
arrumavam uma razão, diziam que era pouco ou qualquer outra coisa. Um dia, eu
fui à tribuna e perguntei se as pessoas eram contra o aumento salarial. Aí,
deixaram eu descer da tribuna e me disseram: “Vem cá, tu és Pedro Bó?! Tu não
sabes que nós estamos apenas discursando e, no fim, nós vamos votar a favor
disso, porque não tem outro caminho senão votar a favor do aumento salarial que
está sendo oferecido”. Agora, eu vejo a coisa se repetir.
Bom,
o que o Projeto propõe? O Ver. Dib fez essa indagação num aparte. O Projeto
propõe retirar 900 mil reais, Ver. Dr. Raul, da Administração Direta,
comprometidos com os encargos gerais do Município e pagamento da dívida
interna. Esses novecentos mil reais eram de Reserva de Contingência, para
aplicar onde? Aplicar na Saúde. Bom, mas eu vejo, todos os dias, nesta Casa,
discursarem, porque se precisa aplicar mais recursos na Saúde. E, quando vem um
Projeto com essa proposta, ficam fazendo considerações as mais diversas, que eu
chego a entender até que alguém não quer que se dê esses 900 mil para a Saúde.
E não é verdade!
O
Vereador vinculadíssimo com a área da Saúde, que ocupou a tribuna, o Ver.
Oliboni, me disse claramente que eu entendesse que ele é a favor deste Projeto,
e não reclama outras coisas, porque o discurso precisa ser amoldado a todo esse
processo. A verdade é que nós não podemos ficar mais tempo postergando a
transferência de 900 mil reais para o programa de transferência a instituições
privadas sem fins lucrativos, que é no caso a Fundação do Hospital de
Cardiologia. Aliás, diz aqui muito bem na Exposição de Motivos, que é
sintética, vou lê-la: “Tal crédito que tem como fulcro na Portaria nº 3.076, de
23 de dezembro de 2008, do Ministério da Saúde, que define valores de
financiamento do piso de atenção básica variável para estratégias de saúde da
família e de saúde bucal, instituído pela política nacional de estratégia de
saúde e da família, visa repassar incentivo exclusivamente a entidades
filantrópicas, sem fins lucrativos, com o objetivo de estimular a sua
participação no desenvolvimento e no aprimoramento da estratégia de saúde da
família no âmbito do Município de Porto Alegre”. É isso, nada mais do que isso.
Obviamente, sendo isso, e coerente com o discurso que há todo momento eu ouço
aqui na Casa, que reclamam a aplicação do mais recursos na Saúde, não vamos
perder tempo; vamos autorizar logo essa transferência; vamos deixar de lado um
pouco a divida interna e investir na Saúde e nos programas de saúde básica. Era
isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para
discutir o PLE nº 045/09.
O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores; venho satisfeito à tribuna para fazer um
reconhecimento à gestão do Município que está investindo e mostrando que a
estratégia da saúde da família realmente é importante para a continuidade da
Saúde Pública em Porto Alegre. Essa é uma visão que nós temos com clareza, que
só ampliando realmente as Unidades de Saúde da Família, vamos poder dar uma
cobertura digna à saúde de todos os porto-alegrenses. Sabemos que isso é um
passo importante. Trazer a Fundação do Instituto de Cardiologia para dentro
desse processo nos traz junto uma instituição de grande credibilidade, de experiência,
que administra hospitais; e não é de hoje. Administra o Hospital de
Cardiologia, assim como o Hospital de Alvorada, inclusive em Cachoeirinha.
Então, são pessoas que têm o saber e sabem como levar essa questão. Eu,
particularmente, estou colocando muita fé nessa assunção do Instituto de
Cardiologia. Acredito que, assim como o Governo Fogaça mais do que duplicou os
PSFs em Porto Alegre, está trabalhando nesse sentido, sabemos das dificuldades
operacionais do dia a dia, das prestações de contas, da burocracia que envolve
esse sistema, da maneira como gostaríamos que todos fossem contratados. Sabemos
também da necessidade de trazermos essa discussão para esta Casa, como o
projeto que já está em andamento, vindo do Governo, da falta de um marco
regulatório federal, o que dificulta em muito que o Programa avance em alguns
momentos.
Mas
o Governo está dando, mais uma vez, uma sinalização muito positiva e agora
trazendo o Instituto de Cardiologia, que eu não tenho dúvida que nos próximos
dias, nos próximos meses e pelo tempo que perdurar esse gerenciamento do
Sistema de Saúde da Família de Porto Alegre, através do Instituto de
Cardiologia, nós teremos avanços, teremos pessoas sendo bem atendidas, a
comunidade ampliando a sua área de atuação na área da Saúde Pública juntamente
com o Instituto.
Esperamos
que isso não se perpetue, porque precisamos ter uma estratégia municipal
realmente mais clara sobre a questão do Programa de Saúde da Família. Mas, ao
mesmo tempo, esperamos que nacionalmente se defina, de uma vez por todas, esse
marco regulatório, para que as administrações municipais possam ter a clareza
necessária e a certeza para investirem com toda a tranquilidade recursos na
área da atenção básica da saúde, que é o que nós queremos.
Não
posso deixar de manifestar a minha satisfação com a parceria que vem sendo
feita entre o Ministério da Saúde, Governo do Estado e Prefeitura Municipal na
questão das Unidades de Pronto Atendimento 24 horas, pois estamos batalhando em
cima disso já há cerca de dois anos, e as coisas parecem que estão sendo
materializadas.
Já temos, agora, recursos para tal. Já neste mês, inclusive, foi publicado um
edital de licitação para duas dessas UPAs - na realidade para seis no Estado,
mas para duas em Porto Alegre -, e essas duas de Porto Alegre estão previstas
para que, no máximo, de quatro a cinco meses, possam entrar em operação, e isso
fará com que consigamos diminuir as pessoas nas emergências em nossos
hospitais. Esse excesso de atendimento que tem sido visto fará com que as pessoas
possam se dirigir a essas Unidades de Pronto Atendimento 24 horas, e muitas
delas, ali, resolverem as suas questões de saúde. Acho que temos que fiscalizar
esse processo; temos que estar juntos, porque são ações importantes e
integradas na área da Saúde, porque é isso que todos nós queremos, porque a
Saúde não é partidária, a Saúde é humanitária, e queremos estar dentro deste
processo, avançando sempre, e trazendo o bem-estar coletivo para todos nós.
Saúde para todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a Palavra para discutir o
PLE nº 045/09.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Melo, Vereadores e Vereadoras, senhores que nos acompanham
aqui nesta Sessão, realmente este é um programa importantíssimo. É bom
recapitular que ele foi criado em 1995 ou em 1996, aproximadamente. Antes, ele
foi repassado às associações do moradores para fazerem o gerenciamento, com
muitas dificuldades, com muitos problemas, depois foi contratada a FAURGS para gerenciar
os serviços do PSF, e posteriormente foi contratado o Instituto Sollus, que
está afastado do Município, por problemas. A Fundação de Cardiologia vem agora
substituir o Instituto Sollus, e o Município solicita créditos suplementares na
ordem de 900 mil reais.
Creio que isso, na dúvida, tem que ser aprovado,
mas nós precisamos de uma solução, Oliboni, definitiva e duradoura para o caso.
Eu venho me manifestar nessa direção. Hoje pela manhã, nós fizemos uma reunião
importantíssima na COSMAM, que tratou do tema de uma nova patologia na Cidade,
e não só na Cidade, no ambiente em geral, que é a existência do vírus da raiva,
que não existia em Porto Alegre e que agora está identificado em pelo menos
nove espécies de morcegos. Os senhores e as senhoras devem se recordar de uma
Tribuna Popular do Sindicato Rural da Zona Sul de Porto Alegre, no início deste
ano, que falava da mortandade de animais. Uma mortandade significativa de
grandes animais, particularmente equinos e bovinos, e, na época, não se sabia a
causa, mas agora se sabe que é raiva, porque os últimos exemplares
identificados e mandados para análise, foram diagnosticados com a existência de
raiva. E aqui não se trata de responsabilizar A, B ou C, porque o vírus sofreu
uma mutação no ambiente, Ver. Bernardino, e está atingindo não só morcegos
hematófagos, como acontecia no passado, conforme conhecíamos lá nos idos anos
50, 60, como agora atinge as espécies de morcegos insetívoros e também
frutívoros, que são as espécies que geralmente habitam as nossas residências,
os morcegos que estão no ambiente. E, para isso, a necessidade do alerta, de
programas duradouros, profissionais, que tenham pessoas que dominem a cultura,
que dominem o conjunto da questão, porque isso se ataca com diagnóstico, com
vigilância, com vacinação e com o controle das populações vetoras; com os
devidos cuidados.
Há uma lei estadual que foi aprovada, que
proíbe, por exemplo, a eutanásia de animais indiscriminadamente, e isso tem
gerado uma superpopulação de animais abandonados, especialmente caninos, e uma
vez um contaminado poderá contaminar inúmeros outros, representando riscos para
as pessoas.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu quero cumprimentá-lo pelo assunto, pelo interesse; eu estava
ouvindo V. Exª e me preocupa que as pessoas, de um modo geral, não tenham essas
informações. Então, não estou lhe chamando a atenção, mas, sim, tentando
contribuir, pois nós sabemos que, principalmente no Centro de Porto Alegre, há
uma quantidade muito grande de morcegos. O que as pessoas devem fazer? Que tipo
de cuidado elas devem tomar? São perguntas que lhe faço para contribuir.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado.
Isso é muito importante, porque houve um caso relatado no Rio de Janeiro, pelo
Dr. Celso dos Anjos - que é um grande especialista -, sobre dois gatos que
nunca tinham saído do apartamento e contraíram a raiva. Por quê? Possivelmente,
um morcego, que é portador do vírus, caiu, foi devorado pelos gatos e esses se
tornaram raivosos dentro de casa. Vejam o risco! E a medida adequada é a
vigilância sanitária, as autoridades sanitárias devem estar informadas, mas,
sobretudo, deverá existir um grande programa de prevenção que não pode
prescindir do Programa de Saúde da Família e das ações preventivas de Saúde
pública para controlar esse risco a que está exposta toda a população. Muito
obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLE nº 045/09.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, meu caro
Presidente, eu quero cumprimentá-lo pelo seu esforço, convocando
extraordinariamente a Casa para resolver os problemas que estão pendentes. E,
se eu cumprimento V. Exª, não posso cumprimentar os meus Pares, uma vez que um
assunto para o qual o Prefeito gasta treze linhas para pedir 900 mil reais para
resolver problemas da Saúde, era um assunto para ser resolvido assim: “em
discussão, em votação, os que estão de acordo permaneçam sentados. Aprovado”.
Obrigado. Saúde e PAZ! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrada a discussão. Em votação o PLE nº
045/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO pela unanimidade dos
presentes.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o PLCL nº 006/09. (Pausa.)
O SR. ALCEU
BRASINHA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito que seja deixado para
o final da presente Sessão Extraordinária a votação do PLCL nº 006/09, de
autoria do Ver. Nelcir Tessaro.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Alceu Brasinha. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 5503/08 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 043/08, que institui o Plano Integrado de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil do Município de Porto Alegre, e dá outras
providências. Com Emendas nos 01 a 12. Com
Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02;
- da CEFOR. Relator Ver. Elias Vidal:
pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02;
- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu
Brasinha: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02;
- da COSMAM. Relator Ver. Beto Moesch:
pela aprovação do Projeto, das Emendas nos 01 a 11 e da Subemenda nº
01 à Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da
LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 043/08. (Pausa.) O Ver.
Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLE nº 043/08.
O SR. BETO
MOESCH:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
pode não parecer, mas nós estamos diante, Ver. Dib, com certeza, de um dos
projetos mais importantes do ano, que agora está em discussão na Casa. Com
certeza, Ver. Dr. Raul, este é um dos mais importantes Projetos de Lei em
discussão na Câmara. Só vou dar um dado: Porto Alegre gera, por dia, de
resíduos domésticos, apenas os domésticos, mil toneladas/dia. E o que mais se
tem debatido, não só em Porto Alegre, mas pelo Brasil afora, é, justamente,
sobre os resíduos domésticos. Por quê? Porque esses resíduos nós enxergamos,
convivemos com eles. Nós, Ver. Toni Proença, geramos, obviamente, os resíduos
domésticos. Então, é natural que haja uma preocupação maior com esses resíduos.
Mil toneladas/dia de resíduos domésticos.
Pode não parecer, mas Porto Alegre tem uma das melhores políticas de coleta,
transporte, e, principalmente, de triagem, de valor agregado a essa triagem dos
resíduos recicláveis domésticos - aliás, foi a primeira Cidade a implantar
isso. E uma curiosidade aqui, Ver. João Dib; a Lei municipal que institui o
Código Municipal de Limpeza Urbana é de autoria desta Casa; não do Executivo.
(Aparte
antirregimental do Ver. João Antonio Dib.)
O SR. BETO MOESCH: Do Ver. Vieira da Cunha, lembra o Ver.
João Dib, colegas pedetistas, do Ver. Vieira da Cunha! Um Projeto vetado pelo
Executivo, cujo veto foi derrubado por esta Casa. Pois o Código Municipal de
Limpeza Urbana, que é de 1990, na época, foi exemplo para todo o País. Introduziu-se
a coleta seletiva num trabalho muito bem feito, Ver. Oliboni, pela Prefeitura,
na época, que conseguiu reduzir o número, o volume de resíduos, que não mais
foi para o lixão, mas para o aterro sanitário da Zona Norte.
Então,
ali começa um novo cenário de Porto Alegre com relação aos resíduos, e hoje
Porto Alegre e Curitiba são as únicas capitais no País que fazem a coleta
seletiva dos seus resíduos em todo o Município; somente Porto Alegre e
Curitiba.
Mas
é importante frisar que se nós fomos muito avançados lá em 1990 - e esta Casa
teve um papel ousado, pioneiro, pois teve que enfrentar o Executivo para fazer
com que passasse a existir um Código Municipal de Limpeza Urbana, Ver. Tarciso
-, de lá para cá se evoluiu muito pouco. Porque, se por um lado nós continuamos
com a coleta seletiva, por outro nós não estamos colocando em prática uma
política de resíduos da construção civil. Vejam, se são mil toneladas/dia de
resíduos domésticos, sabem quanto nós geramos de resíduos da construção civil,
seja de obras públicas ou privadas por dia, somente em Porto Alegre? Duas mil
toneladas, o dobro do que é na doméstica - de obras públicas e privadas. E não
há uma política para isso. Nós temos um aterro de inertes para receber os
entulhos na Zona Sul, sub judice, e,
ainda assim, não faz a reciclagem e o reaproveitamento desses resíduos.
Vou,
depois, na segunda oportunidade, colocar aqui os números das cidades
brasileiras que conseguiram instituir uma política de resíduos da construção
civil.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Beto Moesch está com a palavra
para discutir o PLE nº 043/08, por cedência de tempo do Ver. Dr. Raul.
O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver. Dr. Raul, V. Exª que foi
copromotor dos eventos, aqui na Casa, do Código Municipal do Meio Ambiente, que
teve um dia específico para os resíduos, porque um dos maiores problemas de
gestão pública de um Município são os resíduos, em qualquer parte do mundo.
E
volto a insistir, que já fomos pioneiros, ousados e vanguarda lá em 1990, com
relação aos resíduos domésticos; e continuamos sendo vanguarda. Mas não com
relação aos resíduos das obras públicas e privadas, que são duas mil
toneladas/dia, que estão indo lá para o aterro da Zona Sul.
Vereador-Presidente,
Sebastião Melo, nós estivemos juntos lá, em 2001, no aterro de inertes da Zona
Sul. Até hoje, Ver. Sebastião Melo, isso está sub judice, e nós conseguimos,
Ver. Paulinho Ruben Berta, abrir, lá na Zona Norte, um outro aterro, e por quê?
Porque se tinha finalizado a vida útil do chamado aterro da Zona Norte João
Parisi, então só ficou na Zona Sul, e todos tinham que levar os inertes para a
zona Sul. Mas, Ver. Paulinho Ruben Berta, esse da Zona Norte, esse, sim, que é
inclusive privado, faz a reciclagem, faz a trituração dos resíduos inertes, e
eles passam a voltar a ser matéria-prima, como areia, brita e assim por diante.
O Sr. Paulinho Ruben Berta: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu gostaria de me juntar a esse Projeto, e dizer o seguinte, nós,
na cidade chamada Rubem Berta, que fica no Eixo Baltazar, se o senhor andar por
lá, o senhor se apavorará com tanto resíduo que há jogado nas calçadas, em
todos os lugares. Então, estamos articulando um grande programa junto com o
DMLU para fazer uma limpeza. Eu quero dizer com isso da importância que tem
esse Projeto, e também da importância de penalizar quem hoje larga em qualquer
local esses resíduos. Pode contar comigo.
O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver. Paulinho Ruben Berta,
depois vou passar para os Vereadores as fotos que nós tiramos na Cidade. Talvez
o Canal 16 possa mostrar algumas. (Mostra fotos.) Vejam, isto é em Porto
Alegre! Quem é que tem que retirar isto, Ver. Reginaldo Pujol? É o DMLU, ou
seja, nós. Nós, contribuintes, é que temos que tirar, depois, através do DMLU,
os entulhos que poderiam ser matéria-prima para o pavimento de ruas, para o
contrapiso. Não é admissível, durante o evento de Copenhague, neste momento, no
século XXI, nós não darmos um reaproveitamento para os resíduos da construção
civil. E o pior é que, além de não reaproveitar, isso vai para onde? (Mostra a
foto da Av. Sertório.) Justamente para os locais onde as pessoas vivem ou para
os arroios, quer dizer, fazendo um ciclo de impacto sem fim.
Vejam
os dados do DMLU. O DMLU recolhe dez mil toneladas por mês de entulhos na rua.
São 500 mil reais por mês que o DMLU gasta; ou seja, nós, Ver. Bernardino
Vendruscolo, para recolher esses entulhos que poderiam ser matéria-prima para
as ruas, para as calçadas, bloquetes, enfim. Quero colocar as Cidades que já
implantaram esse sistema: Londrina, Santa Maria, Rio de Janeiro, Salvador, São
Paulo, São José dos Campos, Piracicaba, Vinhedo, Guarulhos, Ribeirão Preto,
Belo Horizonte, São Carlos. E aqui também não estão listadas Americana e
Brasília.
Para
concluir, Sr. Presidente, nós precisamos aprovar o Projeto e as Emendas, porque
o Projeto não veio com as multas, com as infrações, e se nós não votarmos algo
que possa exigir a segregação e o transporte adequado desses resíduos, vai
ficar tudo na mesma. E a própria Procuradoria-Geral do Município disse, de
forma clara, que as infrações e as multas precisam da previsão legal, por isso
que não foi por decreto, e sim por projeto de lei. Mas o projeto de lei não
veio com as infrações, por isso nós apresentamos algumas Emendas para que
funcione, Verª Sofia Cavedon, esse ciclo de resíduos de duas mil toneladas por
dia, que pode, muito bem, servir como matéria-prima para calçadas, ruas e
edificações. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, antes de darmos
continuidade às discussões, eu solicito ao Sr. Luiz Afonso a seguinte
orientação: nós combinamos, em reunião de Mesa, que sempre votaremos um projeto
de Vereador e outro do Executivo. Nós já votamos um Projeto do Executivo, que é
o Projeto envolvendo o nosso Instituto de Cardiologia, e, quando fomos
enfrentar o projeto de Vereador, o Vereador pediu que passasse para o final.
Então, os próximos dois projetos que nós vamos enfrentar são de Vereadores, e
depois voltaremos, alternativamente, porque acordo cumprido é acordo que sempre
é resgatado.
Apregoo a Subemenda nº 01 à Emenda nº 07 ao PLE
nº 043/08, de autoria do Ver. Valter Nagelstein, que suprime o termo “de
destinação” como segue: II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente,
pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas licenciadas para esta
finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º desta
Resolução”.
Apregoo o Requerimento, de autoria do Ver.
Valter Nagelstein, solicitando dispensa do envio da Subemenda nº 01 à Emenda nº
07 ao PLE nº 043/08 às Comissões da Casa. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLE nº 043/08.
O SR. CARLOS
TODESCHINI:
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores; venho aqui também fazer uma manifestação, Ver. Beto Moesch,
para corroborar, para apoiar, na mesma direção, o Projeto que o senhor diz,
humildemente, que é do Executivo, mas que foi de sua iniciativa quando
Secretário da SMAM -, um Projeto muito meritório. Por quê? Porque nós vivemos
em tempos que, se não forem feitos os alertas necessários à questão do meio
ambiente, o consumo e gasto exagerados de energia vão acabar comprometendo
irreversivelmente o planeta.
Imaginem, são dois milhões de quilos, ou duas
mil toneladas diárias de resíduos da construção civil que poderiam ter, com uma
política correta, uma reciclagem adequada, aproveitando esse material sem ter
que abrir novas jazidas de argila, de areia, sem desperdiçar, por exemplo,
outros materiais agregantes, como o cimento, que podem ser muito
bem-aproveitados no reuso, no reaproveitamento das obras da construção civil,
gerando empregos, diminuindo o gasto energético e diminuindo a pressão sobre os
recursos naturais já tão pressionados e alguns tão escassos.
Digo isso, porque este assunto me preocupa
bastante. Nós temos uma tendência na humanidade de aumentar o nível médio de
vida. Nós temos uma tendência boa, nos últimos anos, de aumentar o rendimento
médio per capita, que faz com que o
consumo aumente. Portanto, a demanda sobre materiais é cada vez maior, a
demanda sobre recursos naturais, sobre os recursos minerais, em especial,
vai-se agigantando. Cada pessoa consome, em média, 500 mil quilos de minerais
durante uma vida, quer seja para habitação, quer seja para alimentação, quer
seja para todos os usos; são 500 mil quilos, por pessoa, na sociedade moderna.
Portanto, esses recursos, esses materiais necessitam, sim, ter uma política de
gerenciamento, para que se aproveite o máximo, para que se evite retirar também
tudo o que se puder de materiais das jazidas, das cavas naturais, para que a
vida desses materiais tenha uma longevidade maior.
E mais do que isso: se nós aproveitarmos
adequadamente os materiais, nós vamos poder economizar energia, porque quem diz
que uma parte importante desse material não vai parar no aterro doméstico? E já
são mais de mil toneladas por dia.
Então, vejam só, nós temos aqui nas fotos
demonstrações do uso clandestino, como mostra esta foto que me passou o Ver.
Beto Moesch, do material sendo usado para aterrar banhado ilegalmente,
irregularmente. Isso traz um dano ambiental severo. (Mostra fotografias.) Eu
tenho mais uma foto aqui bem característica. Vejam a quantidade de contêineres,
com o nome da empresa e tudo aqui, depositando materiais em um banhado,
aterrando banhado, alterando o meio ambiente, e, certamente, gerando
consequências, como alagamentos para outras comunidades que não têm nada a ver
com o assunto.
Então, esse Programa, sim, é bem-vindo, é útil,
é necessário, é ecologicamente recomendado, é politicamente correto, e, por
isso, ele merece o apoio, e é importante que seja aprovado; ainda mais neste
período, pois, amanhã, nós estaremos embarcando para Copenhague para acompanhar
a Conferência de cúpulas sobre a mudança do clima. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLE nº 043/08.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que o
ótimo é inimigo do bom. O Executivo mandou um Projeto de Lei que me parece
oportuno, necessário e até indispensável para o momento que nós vivemos em
matéria de meio ambiente. Claro que foi elaborado pelos técnicos do Executivo;
mas o ótimo é inimigo do bom. O Ver. Beto Moesch logo verificou que um Projeto
de Lei desta ordem, sem que haja punições para os infratores, não vai prosperar;
é lei sem nenhuma força. Então, acho que é indispensável que a Emenda nº 11
seja aprovada.
A próxima Emenda que eu diria ser importante não
está aí, ninguém a propôs: é que essa lei deveria ser regulamentada por
decreto, e se aproveitar até, talvez, todas as informações trazidas aqui por
Emendas, porque todas elas podem ser feitas, sim, porque não modificam muito o
Projeto de Lei. Todas podem ser aproveitadas e seriam encaminhadas ao
Executivo, no meu entendimento.
Volto a dizer: inimigo do bom é o ótimo. Nós,
que nunca tivemos experiência nessa área, não podemos fazer um Projeto
maravilhoso, magnífico, às mil maravilhas, e que, de repente, resolva todos os
problemas da Cidade.
Este Projeto está na Casa desde 12 de setembro
de 2008, e nós não fizemos nada; agora, na última hora, nós vamos emendar todo
ele? Eu acho inconveniente.
Não sei qual a Emenda que o Ver. Valter
Nagelstein acaba de apresentar, não sei o texto, mas acho que aprovaria o
Projeto como veio do Executivo, com a Emenda nº 11, que acho indispensável, e
colocaria uma determinação de regulamentação da Lei.
O resto seria a experiência, e a experiência é a
mestra de todos nós. Nós não temos experiência no caso. Apenas a letra fria da
lei não vai resolver o problema que nós enfrentamos com caçambas, com
contêineres, com tudo o que aí está.
Então, acho melhor seguir a orientação do guru
indiano: “Simplifica, meu filho, simplifica!”. E vamos com o Projeto do
Governo, com a Emenda nº 11, do Ver. Beto Moesch, e que alguém apresente uma
Emenda, dizendo que a Lei deve ser regulamentada. Aí nós teremos experiência;
aí nós poderemos falar. Até lá, nós não temos experiência. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra
para discutir o PLE nº 043/08.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Sr.
Presidente, nobre Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadoras e Vereadores, eu
queria concordar com o Ver. Beto Moesch, quando ele diz que este é um dos
principais Projetos a serem votados nesta Casa no ano de 2009.
Agora, desde segunda-feira, a humanidade, os
líderes mundiais, as organizações não governamentais, os movimentos sociais se
impõem um desafio: o de preservar a possibilidade da existência da espécie
humana por um longo período.
As pesquisas feitas pelos técnicos da ONU e das
universidades internacionais são catastróficas quanto aos impactos da produção
desenfreada do ser humano e da queima de combustível fóssil, do carvão, do
petróleo, em larga escala, utilizados principalmente pelos dois maiores
poluidores mundiais: Estados Unidos e China.
Em uma dessas pesquisas, Ver. Toni, estima-se
que, se todos os países do mundo tivessem a mesma quantidade de queima de
combustíveis fósseis que os Estados Unidos, nós teríamos petróleo apenas por 19
dias.
Os dados são alarmantes, o aquecimento global,
fruto do envio do gás carbônico e do metano para a atmosfera nos coloca
terríveis desafios.
O Brasil tem um papel fundamental nisso, porque
pode servir de pulmão da humanidade, preservando a Amazônia, o que não vem
sendo respeitado pelo grande desmatamento e pela utilização das terras da
floresta para pecuária, que duplamente prejudica o nosso planeta - seja pelo
envio de metano, seja pela derrubada da Floresta Tropical.
E me lembrava agora o Marte, nosso companheiro
do PSOL, de uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
de reutilização de pneus para produzir asfalto - um grande exemplo de
reutilização de materiais, que, se fosse adotado por todos os países do mundo,
poderia reduzir os grandes impactos que se têm feito ao meio ambiente em escala
planetária.
Então, nesse sentido, eu venho a esta tribuna
encaminhar favoravelmente ao Projeto do Governo. Quero dizer que ele vem em boa
hora e que é um bom Projeto.
É um bom Projeto! O nosso Partido, eu e o Ver. Pedro Ruas, faz oposição; somos
um Partido de oposição ao Governo Fogaça nesta Casa. E tudo aquilo que está
errado, nós criticamos, como foi no Plano Diretor, que, na nossa opinião,
favoreceu a “bancada do concreto”, ao contrário do que clama a humanidade neste
momento. Entretanto, este Projeto, encaminhado pelo Governo, certamente regido
pelos técnicos que atuam nessa área, é um bom Projeto. É um bom Projeto que
prevê o reaproveitamento dos resíduos deixados pela construção civil nas obras,
que prevê a redução dos impactos ambientais em função do seu reaproveitamento;
que prevê a redução, que prevê a coleta, a reutilização e a reciclagem desse
material - e é muito material -, e ações educativas para preparar aqueles que
ainda não atuam nessa lógica.
Eu
queria, além disso, defender a necessidade de aprovarmos a Emenda de autoria do
Ver. Beto Moesch, que coloca a prática da punição, da multa, Vereador, para
aqueles que não cumprem a regra, porque nós sabemos como as coisas funcionam no
nosso País, e sabemos como as coisas funcionam quando a lógica é o lucro
desenfreado. Se não há uma punição, se não há um controle por parte do Poder
Público para que a lei seja executada, com sanções e impactos financeiros,
infelizmente, em geral, Ver. Dr. Raul, as leis não são cumpridas.
Então,
a Emenda do Ver. Beto Moesch vem em boa hora, porque corrige uma parte que
faltava no Projeto. E um Projeto nunca é perfeito. Então, esta Casa pode muito
bem aprovar o Projeto, aprovar a Emenda do Ver. Beto Moesch, e, assim, avançar
no sentido de reaproveitar esses materiais da construção civil, que são
resíduos em bastante volume, que estão espalhados em todos os cantos da Cidade,
porque é muita construção, e que certamente ajuda a reduzir os grandes impactos
que se produzem na nossa sociedade, fruto dessa utilização desenfreada, que tem
levado a humanidade a estar em perigo. E, felizmente nós teremos a participação
em Copenhague para ajudar a buscar alternativas, mas, sobretudo, para cobrar
para que haja compromisso dos líderes mundiais no sentido de se comprometerem
com a substituição do uso dos combustíveis fósseis, bem como um programa da
dívida externa da humanidade, que possa existir um compromisso dos países mais
poluidores com o meio ambiente, ajudando num fundo para que se possam
desenvolver ações globais para defender o meio ambiente e defender o planeta
Terra. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir o PLE nº 043/08.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero aqui, de pronto, dizer que a nossa
Bancada votará a favor, Ver. Beto Moesch, da Emenda de sua autoria e das
punições, porque talvez seja este o instrumento que esteja faltando para a
Prefeitura de Porto Alegre. Várias vezes, inclusive com o protagonismo de
moradores da Vila Dique, Ver. Dr. Raul, anotando placas de veículos - nós
combinando, e eles anotando a placa - e informando ao Governo, porque a Vila
Dique é constantemente aterrada por entulhos ilegalmente, isto é avisado à
Prefeitura, e não tem o que segure. E a gente sabe, claro, são moradores que
tinham interesse, têm interesses, mas causam grandes transtornos para a
vizinhança, principalmente naquela parte de terra por onde os caminhões passam
“a milhão”, carregados de entulho, levantando pó, causando acidentes, colocando
em risco a vida das crianças. Os moradores, muitas vezes, pediram a
interferência da Prefeitura no sentido de multar e no sentido de coibir, e nós
não podemos ficar assistindo a isto sem fazer nada.
Assim,
como o Ver. Beto Moesch mostrou fotos aqui, eu poderia trazer as fotos que fiz
em 2006, 2007, 2008, por exemplo, do Recanto do Sabiá, onde há um mangue
belíssimo, um lugar de preservação que está sendo aterrado por aterros
clandestinos, por lixo acumulado, sem nenhuma intervenção da Prefeitura de
Porto Alegre. Eu poderia seguir falando de outros espaços aqui mostrados; e, eu
não sei se é isso que falta, se é um plano municipal de manuseio de aterros. Se
é isso, se depende disso, terá o nosso voto.
Que
fique aqui a denúncia de que um órgão como o DMLU, completamente terceirizado,
perde a capacidade de intervenção criativa, diferenciada, educacional. O DMLU
perdeu o seu trabalho de educação ambiental, e tem de fazer parte de um
programa de retirada de resíduos, de orientação, de educação para isso, da
possibilidade, sim, de um instrumental cultural, porque não tem fundo quando a
população não é educada para encaminhar para lugares corretos, para não aterrar
lugares que são de preservação, etc.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) V. Exª, realmente, faz críticas, não é?
A SRA. SOFIA CAVEDON: É o meu papel, Ver. Bernardino.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: É verdade. Eu vou lhe dizer que, dos
últimos anos, este é o melhor momento que nós estamos vivendo com o DMLU. Este
é o sentimento que eu tenho. Obrigado.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador, eu fiz a denúncia de um aterro
clandestino ao lado do loteamento Cristiano Kraemer. Mandei as fotos para o
DMLU, para a SMOV, mostrando os contêineres, as caçambas, enfim, no aterro.
Ver. Brasinha, ande na Cidade! Porque ao lado do loteamento Cristiano Kraemer,
pena não ter as fotos aqui neste momento - um loteamento feito pela Prefeitura
com muitos problemas, Ver. Dib -, tem um terreno onde está sendo colocado
entulho, por uma empresa de entulhos que eu duvido que tenha licenciamento para
fazer isso; o terreno está subindo, Ver. Dib, e as casas estão ficando mais
baixas, Ver. Todeschini; ali na Zona Sul. Eu mandei com foto, com número,
porque tem número do tele-entulho ali, fotos do espaço, com denúncia, e não
foram tomadas providências.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Nobre Verª Sofia Cavedon, eu volto a dizer: o ótimo é inimigo do
bom. Com o Projeto do Executivo, com a perfeita Emenda nº 11, de autoria do
Ver. Beto Moesch, que determina a regulamentação da Lei, eu acho que nós
começaríamos pelo bom. Aprovamos o Projeto e a Emenda nº 11, e acho que
resolvemos tudo.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Muito bem, Ver. Dib; eu quero ter a sua
esperança e a sua convicção. O que a gente espera é que esses instrumentos
sejam instrumentos vivos. Nós, Vereadores, e não sou só eu, muitos Vereadores
aqui, indicamos os problemas, pedimos providências, e - infelizmente, eu
encerro dizendo isto -, não é possível realizar isso se o DMLU abre mão de toda
a gestão e terceiriza tudo. Porque aí é tudo pago a partir de uma licitação,
tem limites de aditamento, tem problema de fazer um serviço especializado,
diferenciado, porque a empresa faz aquilo que está determinado. Esse é um
problema que eu enxergo no DMLU: tem que ter a capacidade própria de
intervenção educativa e de intervenção direcionada, especializada para situações
mais difíceis. O DMLU, hoje, não tem isso. Espero que retome essa questão a
partir da votação que nós faremos.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo o pedido de destaque, de autoria
do Ver. Beto Moesch, às Emendas nºs 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10 e 11 ao PLE
nº 043/08.
Com
isso, todas as Emendas estão destacadas, e eu quero fazer um apelo ao Plenário,
Ver. Beto Moesch, especialmente a V. Exª, uma vez que nós estamos num mutirão
de votação: que ajude a presidência que, na verdade, está tentando interpretar
uma vontade coletiva da Casa de votar os projetos dos Vereadores e também do
Executivo. Agora, com treze destaques, nós levaremos praticamente toda a tarde
de hoje para votar esta matéria.
O
Ver. Toni Proença está com a palavra para discutir o PLE nº 043/08.
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, muito foi discutido sobre
este Projeto de Lei, que é o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos da Construção Civil do Município de Porto Alegre. Eu venho a esta
tribuna para me dirigir pessoalmente ao Ver. Beto Moesch, que fez a Emenda nº
04 com o seguinte texto: “Serão definidas em regulamento desta Lei as condições
para o uso preferencial dos resíduos da construção civil Classe A, na forma de
agregado reciclado, em obras públicas e privadas, de infraestrutura tais como
revestimento primário de vias, camadas de pavimentos, passeios e muros
públicos, artefatos, drenagem urbana e obras de edificações, concreto,
argamassa, artefatos e outros compatíveis”.
Eu,
a pedido de várias entidades da sociedade civil, apresentei junto com vários
Vereadores, a Emenda nº 13. A Emenda nº 13 tem quase a mesma redação da Emenda
do Ver. Beto Moesch, que diz: “Os resíduos Classe A da construção civil do
Município de Porto Alegre terão destinação preferencial para as atividades de
reciclagem que agreguem valor aos mesmos, gerem trabalho e renda às populações
de situação de vulnerabilidade social, em especial a produção de blocos de
concreto para pavimentação de vias urbanas e para a construção civil, ficando o
excedente desta atividade para as demais formas de destinação e uso destes
resíduos”. Qual é a diferença da Emenda nº 13, de autoria de vários Vereadores,
que eu assino, para a Emenda nº 04, do ver. Beto Moesch? É que ela agrega valor
social à reciclagem e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos de classe A,
quando ela gera trabalho, renda e inclusão social através do aproveitamento e
da reciclagem desses resíduos, transformando a reciclagem desses resíduos numa
atividade sustentável, gerando desenvolvimento, inclusão social e preservação
do meio ambiente.
Por
isso, peço ao Ver. Beto Moesch - que está lá numa conversa animada com o Líder
do Governo, Ver. Valter Nagelstein - que, ao analisar e propor a aprovação de
suas Emendas, ao invés de propor a aprovação da Emenda nº 04, aprove a Emenda
nº 13, que é uma Emenda coletiva, de vários Vereadores, inspirada no trabalho
de entidades não governamentais da cidade de Porto Alegre, que deve ser
reproduzido em todas as vilas e bairros da Cidade, porque gera renda, gera
trabalho, gera desenvolvimento, gera inclusão social, gera preservação
ambiental e tem o mesmo destino proposto pelo Ver. Beto Moesch, agregando esse
valor de ordem social.
Portanto,
peço aos Srs. Vereadores que prestem muita atenção, e que, sem nenhum demérito,
rejeitem a Emenda nº 04, proposta pelo Ver. Beto Moesch, e aprovem a Emenda nº
13, que é uma Emenda coletiva, de vários Vereadores.
Proponho
que, inclusive, o autor da Emenda nº 04, o Ver. Beto Moesch, nos acompanhe
nessa decisão. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, dou por encerrada a
discussão deste Projeto. Convido o Ver. Beto Moesch e os Vereadores que pediram
destaque da matéria, para que venham até a presidência, a fim de ver se
conseguimos um acordo para a celeridade do processo. Suspendo os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h56min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às
17h03min): Estão
reabertos os trabalhos. Agradeço aos Vereadores, especialmente aos Vers. Beto
Moesch e João Carlos Nedel.
Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Beto Moesch, que solicita sejam retirados os
destaques das Emendas nºs 04, 08, 11, 03 e 06 ao PLE nº 043/08.
Frente
a essa retirada, suspendo os trabalhos, para que o Diretor Legislativo possa
fazer uma nova montagem, a fim de que não haja erros nos encaminhamentos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h04min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às
17h06min): Srs.
Vereadores, peço atenção para a orientação de votação do PLE nº 043/08. Se
houver dúvidas, eu solicito que os Srs. Vereadores falem nos microfones de
apartes aqui do plenário.
Em
votação a Emenda nº 01, destacada, ao PLE nº 043/08. Se esta Emenda for
aprovada, eu submeterei a Subemenda nº 01 não destacada; depois nós teremos a
Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 043/08. Da Emenda nº 03 o Ver. Beto Moesch
retirou o destaque; a Emenda nº 05, destacada, ao PLE nº 043/08; a Emenda nº 10,
destacada, ao PLE nº 043/08; a Emenda nº 13, destacada, ao PLE nº 043/08; a
Emenda nº 09, destacada, ao PLE nº 043/08. Das outras Emendas foram retirados
os destaques. Adende-se à listagem anterior a Emenda nº 07, destacada, ao PLE
nº 043/08.
Em
votação a Emenda nº 01, destacada, ao PLE nº 043/08. Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com a ABSTENÇÃO do Ver. João Antonio Dib.
Em
votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao PLE nº 043/08. Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. APROVADA
a Subemenda nº 01, com a ABSTENÇÃO
do Ver. João Antonio Dib.
Em
votação a Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 043/08. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com a ABSTENÇÃO do Ver. João Antonio Dib.
Em
votação a Emenda nº 5, destacada, ao PLE nº 043/08. (Pausa.) O Ver. Beto Moesch
está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 5, destacada, ao PLE
nº 043/08.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, eu vou deixar o
encaminhamento, mas só para dizer que, com essa Emenda, nós conseguimos ampliar
um pouco - não como gostaríamos - o número de pessoas jurídicas e físicas a
entrarem no processo de gerenciamento dos seus resíduos, ou seja, dos resíduos
gerados nas suas obras.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação a Emenda nº 5, destacada, ao
PLE nº 043/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA, com a ABSTENÇÃO do Ver. João Antonio Dib.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Beto Moesch, a Emenda nº 7 também
foi destacada ou foi retirado o destaque?
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, é apenas um reparo
técnico aqui.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação a Emenda nº 07 ao PLE nº
043/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADA.
Em
votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 07 ao PLE nº 043/08. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em
votação a Emenda nº 09, destacada, ao PLE nº 043/08. (Pausa.) O Ver. Beto
Moesch encaminha pela Rejeição da Emenda nº 09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA, com a ABSTENÇÃO do Ver. João Antonio Dib.
Em
votação nominal, requerida pelo Ver. Valter Nagelstein, a Emenda nº 10,
destacada, ao PLE nº 043/08. (Pausa.) O Ver. Beto Moesch encaminha pela
Rejeição da Emenda nº 10. Suspendo a votação nominal e coloco em votação
simbólica. (Pausa.) Em votação a Emenda nº 10, destacada, ao PLE nº 043/08.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Em votação a Emenda nº 13, destacada, ao
PLE nº 043/08. Se aprovada fica prejudicada a Emenda nº 04. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA. Declaro, portanto, prejudicada a Emenda nº 04.
Solicito
a atenção dos Vereadores: são Emendas das quais foram retirados os destaques.
Em
votação a Emenda nº 06 ao PLE nº 043/08. (Pausa.) O Ver. Beto Moesch está com a
palavra.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, também, pelo
entendimento, estamos solicitando o voto “não”.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação a Emenda nº 06 ao PLE nº
043/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
REJEITADA, com a ABSTENÇÃO do Ver. João Antonio Dib.
Em
votação a Emenda nº 08 ao PLE nº 043/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA,
com a ABSTENÇÃO do Ver. João Antonio
Dib.
Em
votação a Emenda nº 11 ao PLE nº 043/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA,
prejudicando a Emenda nº 12, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto.
Em
votação o PLE nº 043/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade da Casa.
Cumprimento
as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores!
VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1020/09 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 006/09, de autoria do Ver. Nelcir
Tessaro, que inclui inc. XXVI no art.
70 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, que institui e
disciplina os tributos de competência
do Município, e alterações posteriores, incluindo no rol de isentos do
pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana os
imóveis adquiridos por meio do
Bônus-Moradia, nas condições que determina.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela rejeição do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Marcello Chiodo:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – art. 82, § 1º,
I, da LOM;
- adiada a votação por cinco Sessões;
- encaminhou a matéria o Vereador N. Tessaro.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o PLCL nº 006/09, esta
matéria já passou pela discussão.
Estão
suspensos os trabalhos, convido os Srs. Líderes para uma rápida conversa, para
tratar do Projeto ora em discussão.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h17min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às
17h21min): Estão
reabertos os trabalhos. Srs.
Vereadores, havendo acordo entre todas as Lideranças, apregoo a Emenda nº 01 ao
PLCL nº 006/09, que (Lê.): “Acrescente-se, ao final da redação proposta pelo
art. 1º do PLCL nº 006/09, ao inciso XXVI do art. 70 da Lei Complementar nº
07/73, a expressão ‘por cinco anos, a contar do exercício seguinte ao da
aquisição’”.
Em
votação o Requerimento,
de autoria do Ver. Valter Nagelstein, solicitando dispensa do envio da Emenda
nº 01 ao PLCL nº 006/09 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação a Emenda nº 01 ao PLCL nº 006/09. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar.(Pausa.)
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o PLCL nº 006/09. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com voto o contrário do Ver. João Antonio Dib.
Srs. Vereadores, da Emenda nº 03 ao PLE nº
043/09 foi retirada o destaque, e ela acabou não indo à votação quando da votação do Projeto anterior.
Portanto, como é que V. Exª encaminha? (Pausa.) Estou fazendo uma retificação
ao PLE nº 043/08.
O SR. BETO MOESCH: Em virtude do entendimento, nós
solicitamos a rejeição, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião
Melo): Em
votação a Emenda nº 03 ao PLE nº 043/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1621/09 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 063/09, de autoria do Ver. Elias Vidal, que institui o Fórum
de Debates sobre as Políticas de Proteção aos Animais, a ser realizado
anualmente, na primeira semana de outubro, que passa a integrar o Calendário
Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, e revoga a Lei nº 8.950, de 18
de julho de 2002.
Pareceres:
- da CCJ. Relatora
Verª Maria Celeste: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião
Melo): Em
discussão o PLL nº 063/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o
PLL nº 063/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 5005/09 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 034/09, que estima a
Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para o exercício
econômico-financeiro de 2010. Com
Emendas nos 01 a 79 e Subemendas nº 01 às Emendas nos 05,
33, 34, 35, 38, 48, 67, 68, 70 e 74.
Parecer:
- da CEFOR. Relator Ver. Airto
Ferronato:
a)
pela aprovação do Projeto de Lei do Executivo nº 034/09.
b)
pela aprovação das Emendas nos 02; 05 com Subemenda nº 01; 07; 10;
12; 13; 14; 16; 17; 18; 21; 23; 25; 31; 32; 33 com Subemenda nº 01; 34 com
Subemenda nº 01; 35 com Subemenda nº 01; 38 com Subemenda nº 01; 39; 42 a 45;
48 com Subemenda nº 01; 49; 52; 53; 55; 57; 58; 62; 63; 65; 67 com Subemenda nº
01; 68 com Subemenda nº 01; 70 com Subemenda nº 01; 74 com Subemenda nº 01; 76
a 79.
c)
pela rejeição das Emendas nos 01, 03, 04, 06, 08, 09, 11, 15, 19,
20, 22, 24, 26 a 30, 36, 37, 40, 41, 46, 47, 50, 51, 54, 56, 59, 60, 61, 64,
66, 69, 71, 72, 73, 75.
Observações:
- para aprovação, maioria simples de votos, presente
a maioria absoluta dos Vereadores – art. 53, “caput”, c/c art. 82, “caput”, da
LOM;
- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer
pela aprovação, nos termos do art.
120, VI, do Regimento da CMPA;
- para a votação em separado de Emenda com Parecer
pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento subscrito por um terço
dos membros da Casa – art. 120, VI, do
Regimento da CMPA;
- após a aprovação de Parecer na CEFOR e durante a
Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (art. 120, § 1º, do Regimento).
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Neste momento, anuncio a discussão do
Orçamento do Município de Porto Alegre. Há uma combinação de que não será
encerrada a discussão, hoje, desta matéria. (Pausa.)
Srs.
Vereadores, antes de chegarem as informações sobre o Orçamento, quero dizer
que, amanhã, nós teremos Sessão Extraordinária às 10 horas; na quinta-feira, às
9 horas, e, na sexta-feira, também às 9 horas. Portanto, só quero ratificar os
compromissos já assumidos, e que possamos, até o final desta semana, especialmente
até quinta-feira, produzir o acordo da semana vindoura, na medida em que nós
fizermos o balanço aqui. Eu estou aguardando a lista dos Projetos dos Srs.
Vereadores a serem votados. Nós queremos que a votação dos Projetos dos Srs.
Vereadores seja alternada com a votação dos Projetos do Executivo. O Dr. Luiz
Afonso está aguardando os Projetos dos Vereadores, e eu vou submeter
rigorosamente a votação de um Projeto do Executivo e um Projeto dos Vereadores.
Agora, eu preciso ter a lista dos projetos para colocar em votação. (Pausa.)
Apregoo
Requerimento, assinado pela Verª Maria Celeste, solicitando destaque das
Emendas nºs 03, 04, 06, 09, 11, 19, 24, 27, 28, 29, 36, 37, 40, 41, 54 e 56 ao
PLE nº 034/09.
Apregoo
Requerimento, assinado pelo Ver. Toni Proença e outros Vereadores, solicitando
destaque da Emenda nº 22 ao PLE nº 034/09.
Apregoo
Requerimento, assinado pelo Ver. Elias Vidal, solicitando destaque da Emenda nº
01 ao PLE nº 034/09.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 034/09. (Pausa.) O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 034/09.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras; eu venho aqui para fazer uma
manifestação em relação à Emenda nº 41, do Conselho Municipal de Saúde e
entidades, que foi rejeitada pela relatoria, e a Emenda prevê 19% de Receita de
Impostos e Transferências para a Saúde. Por que esta Emenda está dizendo,
literalmente, este texto? Pelo seguinte, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
durante esses anos todos, o investimento do Município tem sido na ordem de 19,
20, 21, até 22%. E neste ano que estamos passando, 2009, o investimento caiu
para 17% a parte de responsabilidade do Município.
Por
que o Conselho Municipal de Saúde fez esta única Emenda? Porque na Lei
Orçamentária enviada à Câmara, Ver. Pedro Ruas, há uma retirada, há uma
diminuição de 2% em relação à proposta aprovada no ano passado. Isso significa que nós
teríamos 27 milhões a menos para a Saúde, Ver. João Antonio Dib. Sabemos que a
obrigação do Município é de 15%. Disso não há dúvidas, mas a prática tem sido
de 18 a 20%. Por que isso? Porque, infelizmente, o Estado não tem
correspondido, não tem cumprido a sua parte! Há uma defasagem significativa dos
repasses e das obrigações do Estado para com o Município de Porto Alegre. E nós
não podemos permitir que a Cidade sofra riscos com a diminuição de
investimento. Por isso a nossa Emenda, ou, melhor dizendo, a Emenda do Conselho
Municipal de Saúde, é uma única Emenda que pretende que sejam mantidos os
níveis mínimos dos anos anteriores, Ver. Oliboni, o que significam 27 milhões a
mais, refletidos nesse percentual de 19%, porque atualmente está em 17%.
O Ver. João Antonio Dib lembra muito bem que a
prática ordinária do investimento em Saúde é de 18% a 20%, Ver. Bernardino,
podendo, em alguns anos, ser um pouco mais. Mas é necessário manter este nível
mínimo para que a gente não prejudique as ações em Saúde no Município de Porto
Alegre.
Sabe-se que o Governo Federal passa
rigorosamente em dia a sua obrigação e está lutando para aprovar a Emenda nº
29, para que possa reacomodar, reorganizar os repasses para a Saúde, conforme a
lei, mas atualmente cumpre a Lei! Cumpre-a rigorosamente e em dia! Porém o
Governo do Estado, longe de cumprir a lei, deveria investir 12% da receita
líquida, mas tem investido 2%, 3,5%, 4,6%, parece que é o melhor dos anos, e
isso faz com que o Município aporte mais recursos. Como com Saúde nós não
podemos brincar, é necessário dar garantias de que, no mínimo, o investimento
feito nos anos anteriores seja assegurado. Isso significa saltar de 17% para
19%, ou seja, acrescentar, na rubrica geral da Saúde, mais 27 milhões de reais.
Este é o pedido que fazemos, Ver. João Dib, Ver. Ervino, Ver. Mauro, para que a
Saúde não sofra cortes, ou descontinuidades, ou suspensão de programas, porque,
no financiamento compartilhado, o Município tem ainda a incumbência do
gerenciamento. Estamos alertando para essa necessidade, porque aí tem o
Hospital Vila Nova, tem os Programas de Saúde da Família, tem todos os grandes
Programas do Município que devem garantir a Saúde Pública funcionando da melhor
forma. É uma única Emenda, mas ela tem esse significado. Muito obrigado pela
atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para
discutir o PLE nº 034/09.
(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Ver. Toni Proença, neste momento presidindo os
trabalhos, colegas Vereadores e Vereadoras, público que nos acompanha pelo
Canal 16; ora, a Peça Orçamentária, sempre que chega a esta Casa, com certeza é
muito polêmica, porque nós entendemos que muitos dos programas deveriam ser
complementados, mas não o são na Peça Orçamentária. Por isso esse grande número
de Emendas propostas pelos Vereadores.
Eu queria elencar alguns pontos que acho de
extrema importância, seguindo o discurso do meu colega Todeschini, quando nós
falamos na Saúde. Eu poderia dar alguns exemplos que são importantes, para que
os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras possam entender melhor. Hoje, com a
municipalização da área da Saúde, Porto Alegre gerencia, vamos dizer assim,
todos os serviços, e quando o cidadão, Ver. João Antonio Dib, for consultar lá
na Unidade de Saúde, se ele precisar de um especialista, a Unidade de Saúde
dirá a ele o seguinte: “O senhor aguarde em casa, e, assim que nós conseguirmos
um especialista, nós o avisamos”. Esse atendimento ocorre diariamente, só que
esse aviso, da consulta ao especialista, tem demorado um ano, dois anos, não
está acontecendo na Cidade. Esse é um aspecto do porque é importante aumentar
as verbas para a Saúde. Outro aspecto que eu poderia aqui elencar como exemplo
é: chegando um paciente no HPS, numa Urgência, se esse paciente precisar de uma
internação, a própria Direção do HPS liga para a Central de Regulação para
solicitar uma vaga na Rede em Porto Alegre. A Central de Regulação liga para o
Hospital Vila Nova, Ver. Ervino Besson, e o Hospital diz o seguinte: “Pode
trazer o paciente”. A Central de Regulação autorizou, e o Vila Nova absorveu a
internação daquele cidadão, mas quando o Hospital Vila Nova vai cobrar do
Executivo, ele diz o seguinte: “Não, eles atenderam além da cota estabelecida”.
Não reconhecem a dívida. Foi o que aconteceu aqui, Ver. Ervino Besson, V. Exª
acompanhou a direção do Hospital da Vila Nova dizendo o seguinte: “Nós temos
dois milhões em atraso para receber e não estamos recebendo, porque o Governo
não reconhece a dívida. Mas quando nos ligaram para solicitar as baixas, nós
atendemos os pacientes”. Então, a falta de regulação na Saúde em Porto Alegre é
um escândalo, é um absurdo! E aí, quando vem a Peça Orçamentária para cá, não
destina recurso para pagar exatamente o conveniado, o prestador, que é o parceiro
da gestão em Porto Alegre. É esse o primeiro aspecto.
O segundo aspecto - eu poderia elencar aqui -
foi uma visita que nós fizemos ao HPS. O HPS, hoje, gasta em manutenção... só
são destinados para o HPS 28 mil reais. E o próprio diretor do HPS, Dr. Azambuja,
diz o seguinte: “Eu precisaria, no mínimo, de 80 mil reais, mensais, para
suportar os problemas que acontecem no dia a dia no HPS”.
Eu fiz uma Emenda - das inúmeras Emendas aqui da
Saúde - que diz exatamente isso, ou seja, garante os 80 mil reais mensais para
a manutenção dos serviços internos do HPS. Pois o relator vetou a matéria, e o
Governo a estaria vetando. Eu acho que o que está faltando aqui é uma
sensibilidade do Governo no sentido de poder verificar essas proposições que os
Vereadores estão fazendo! Façam um link com
as Secretarias, com o Departamento, com o caso específico da Secretaria da
Saúde, ou com a Secretaria da Cultura! Os Secretários vêm aqui na Câmara,
concordam com algumas sugestões trazidas pelos Vereadores, mas, na hora de votar,
a base do Governo acaba rejeitando todas as Emendas!
Então, todo aquele trabalho que foi feito
durante o ano, para consensuar, para poder aprovar uma Emenda e continuar
alguns serviços, infelizmente essas Emendas não são aprovadas; volta a
frustração para aquele segmento, para a comunidade, e aí as coisas não
acontecem.
Quero fazer um apelo nesse sentido, acho que
hoje não há clima, claro, nem quórum para votar as Emendas, mas é preciso rever
isso, sim. O Governo tem que rever, porque senão não tem sentido ficarmos
discutindo nas Comissões para que haja esse consenso de encaminhar as Emendas,
e as coisas não estão acontecendo no Plenário. Por isso cabe aqui, sim, o registro de
frustração neste aspecto: o Governo não valoriza os Vereadores! O Governo não
está valorizando os Vereadores! E, em todas as manifestações que são feitas
pelo próprio Prefeito, diga-se de passagem, algumas que são inclusive expostas
por ele no sentido de que há consenso, de que há unanimidade, que votaram
tantos projetos, na verdade não se reproduzem no dia a dia aqui no Plenário.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Maria Celeste está com a palavra para
discutir o PLE nº 034/09.
A SRA. MARIA
CELESTE: Ver.
Toni Proença, na presidência dos trabalhos, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, na análise da LOA
de 2010, que estamos iniciando nesta tarde, vem novamente o questionamento no
sentido de que nós já a fizemos quando discutimos este Projeto na Pauta, quando
ele foi protocolado nesta Casa. E quais eram as nossas dúvidas, os nossos
questionamentos que ali já apontávamos? Que havia uma Receita superestimada,
que os investimentos são irreais, que as ações não são executadas pela
Prefeitura e que há um crescimento muito grande na terceirização dos serviços
da Prefeitura. Se nós pegarmos exatamente qual foi a projeção - e é uma
projeção irreal do crescimento da Receita -, nós perceberemos que há uma
análise superestimada para o ano de 2010 na ordem de três bilhões, 648 milhões
de reais. Uma recuperação, Ver. João Antonio Dib, otimista de 5% a 6% da
Receita. Em um momento em que o Brasil está saindo de uma crise econômica
mundial, os nossos técnicos da Prefeitura fazem uma superestimativa de um
crescimento de uma Receita de 5% a 6%, o que é totalmente irreal. Mas, se nós
pegarmos, na parte dos investimentos, que será na ordem de 543 milhões de
reais, nós podemos ver que a previsão de investimento para 2009, ou seja, o ano
do Exercício que estamos vivendo,
era de 387 milhões de investimento na Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Investimento significa saúde, educação, política pública, saneamento básico. E
aí nós vamos pegar os mesmos dados da Prefeitura Municipal de Porto Alegre do
balanço de sistema de despesa orçamentária, e vejam, senhoras e senhores, o que
foi investido até novembro de 2009: apenas 101 milhões de reais, ou seja, 26%
do valor previsto na LOA de 2009 foi efetivamente investido na cidade de Porto
Alegre. E essa é a nossa preocupação. Aqui, os Vereadores que me antecederam,
colocaram o investimento da área de Saneamento, da área da Saúde; um
investimento pífio, feito e executado no ano de 2009.
Mais
do que isso, eu trago aqui também os dados da Assistência Social que foi
considerada no Orçamento Participativo a terceira prioridade da Cidade, e para
a nossa surpresa - e não tão surpresa eu fico, porque não há investimento na
Assistência Social no Município -, o investimento da FASC, em 2009, foi
previsto da ordem de 1,47 milhões, ou seja, 0,4% do orçamento total da
Prefeitura para o ano de 2009. E o que foi efetivamente executado nessa
previsão de investimento para 2009? Apenas 95 mil reais. E aí a gente vê que,
com essa execução, na prática, aumenta o número de crianças e adolescentes nas
ruas, aumenta o número de moradores nas ruas da Cidade; cresce a população que
necessita cada vez mais do recurso e da assistência social, porque aquilo que
foi estimado para 2009, na prática, essa execução não aconteceu.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Nobre Vereadora Maria Celeste, eu acredito que este ano o
Executivo vai arrecadar três bilhões de reais. Portanto, a estimativa de três
bilhões e 600 milhões e alguns quebrados significa 20% a mais daquilo que vai
arrecadar este ano. Eu acho realmente difícil atingir-se esta meta do
Executivo. V. Exª tem razão.
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. João Antonio Dib, sempre
atento aos números, percebeu que houve uma Receita superestimada pelo Prefeito
com otimismo. Para finalizar, neste momento, eu quero também dizer que as
prioridades no Orçamento Participativo, além da Assistência Social e da Saúde
colocadas, e o Ver. Oliboni trouxe esses dados também, senão verificamos que
aquilo que foi orçado para 2009, de fato, não foi executado. Então, Senhoras e
Senhores, eu quero lamentar que este Orçamento para 2010, com essa
superestimativa da Receita, vai ser, novamente, uma peça de ficção científica
que nós vamos estar tratando aqui como tratamos a LOA, como tratamos o Plano
Plurianual. Há uma intenção, há uma disposição da colocação de recursos
superestimados e, na prática, o que é executado é uma execução pífia em relação
aquilo que foi orçado como eu já demonstrei na Assistência Social e na Saúde.
Obrigada, Sr. Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Usou a tribuna a Verª Maria Celeste, na
discussão da Lei Orçamentária. Estamos na Ordem do Dia e precisamos do quórum
de 19 Vereadores. Visivelmente não há quórum. Encerro a presente Sessão,
convocando todos os Srs. Vereadores para a Sessão Extraordinária, amanhã, às 10
horas da manhã. Boa tarde a todos.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h45min.)
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